Após a prisão de Satanás e a derrota final do Anticristo no
Armagedom, será efetuado na terra o grande Julgamento das Nações. Num período
não muito cômodo da história da humanidade, coincidentemente ao fim do período
da Grande Tribulação. Esse julgamento se dará quando Cristo vier com a Igreja
em glória para estabelecer Seu reinado.
“E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os
santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; E todas as
nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor
aparta dos bodes as ovelhas” (Mt 25.31-32).
Será um julgamento para as nações, ou seja, do restante dos
povos de todas as Nações que não morreram na Grande Tribulação, mas que
receberam a marca da besta (Anticristo), e não creram no evangelho, e nem se arrependeram
dos pecados.
Em Mateus 25 Jesus revelou que na Sua vinda em glória, com
todos os santos anjos, as nações reunidas diante d’Ele serão assim divididas:
nações-ovelhas (os justos) ficarão à sua direita; as nações-bodes (os ímpios) à
esquerda; e os “irmãos”, que devem ser o povo judeu, irmãos de Jesus segundo a
carne. Os justos irão para a vida eterna; os ímpios para o castigo eterno (Mt
25.31-46). Estarão ali, também, as nações que não se aliaram ao Anticristo e
que sempre reconheceram Israel como a herança de Deus. A essência desse juízo é
o julgamento dos opressores do povo judeu (Jl 3.2; Gn 13.3; Zc 12.3).
Tem havido entre os estudiosos da Bíblia interpretações
discordantes quanto ao julgamento das nações de que Jesus fala em Mateus. Uns
creem que este juízo associa-se ao “Juízo Final” de Apocalipse 20.11-15 e
Mateus 25.31-46, sendo este apenas uma continuação daquele. Todavia, há
diferenças entre um e outro julgamento, ou seja, entre o julgamento das nações
e o do Grande Trono Branco. Vejamos, porém as diferenças entre eles:
Mateus é um julgamento dos vivos; Apocalipse é um julgamento
dos mortos. O julgamento de Mateus acontecerá antes do milênio e Apocalipse
depois do milênio. O julgamento de Mateus será na terra, porém, Apocalipse será
no espaço. Em Mateus Jesus fala de grupos, a saber: ovelhas, bodes e irmãos
presente. Apocalipse só os perdidos. Em Mateus, será um julgamento coletivo.
Apocalipse será um julgamento individual. Em Mateus sem ressurreição exceto dos
mártires da grande tribulação. Em Apocalipse após a segunda ressurreição.
Esse primeiro julgamento de Mateus 25.31-46 objetiva
selecionar as nações que ingressarão no Milênio, ou seja, as que farão parte no
reino milenar de Cristo. Vejam: “Então dirá o Rei aos que estiverem à sua
direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o REINO que vos está
preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25.34). O segundo julgamento de
apocalipse 20.11-15, será um julgamento para pôr fim toda a maldade do universo
e estabelecer o Estado Eterno.
Neste julgamento, serão separados os judeus e os gentios não
salvos (ovelhas e bodes, segundo Mt 25.33). Jesus destruirá os bodes com Sua
espada (Ap 19.19-21): “reis da terra e seus exércitos” são os bodes referidos
em Mateus. Serão colocados pelo Senhor Jesus à sua esquerda, e lançados para o
fogo eterno. As “ovelhas” representam uma classe de nações e os “cabritos”
representam outra classe. Os “irmãos” de Jesus (segundo a carne), na opinião de
eruditos, são os judeus. A base do julgamento será então a maneira pela qual
essas nações trataram Israel. (Mt 10.6; Jo 1.11; Rm 9.5). O propósito é
determinar quem entrará no Reino de Deus (Dn 7.9-14-22; Ap 11.15) e a dar aos
mansos a terra como prometido (Sl 37.11; Mt 5.5). Este princípio de relações
divinas com as nações foi estabelecido há muitos séculos passados, na ocasião
do pacto com Abraão; “abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te
amaldiçoarem” (Gn 12.1-3). Essa promessa refere-se não somente a Abraão. Como
também à sua posteridade.
Os judeus rejeitaram ao Senhor quando veio ao mundo como
profeta (Jo 1.11-12). Porém, mediante a promessa feita, o Senhor resolveu
salvar a Israel considerado o irmão do filho pródigo, que não quis participar
da festa do Pai (Lc 15.25-32). Nesse dia Israel vai entrar para festa do Reino,
porque reinará com o Senhor por MIL ANOS na Terra. Para o povo judeu será um
grande e aguardado momento, quando o Senhor cumprirá Sua promessa de reino
eterno, feita a Abraão, e confirmada a Davi. A promessa diz que nunca faltaria
sucessor em seu trono.
O remanescente de Israel será então recongregado de entre as
nações em toda terra e o reino milenial de Cristo terá início, em que Israel
será “a cabeça” e não a “cauda” entre as nações. O resto das nações (as
ovelhas), reconheceram a Deus e ao lado do povo israelita honrarão ao Senhor
(Zc 14.16). Aqui também se cumpre o sonho dado a Nabucodonosor em sua íntegra,
onde os pés de ferro e barro são esmiuçados, cumprindo-se espetacularmente mais
uma profecia. Notemos, de maneira abreviada, o que será realizada por ocasião
da revelação do Senhor, que será Sua atuação executiva nesse julgamento:
§ O julgamento das
nações ocorrerá por ocasião da segunda vinda de Jesus, que será em esplendor e
majestade, acompanhada por todos os santos e anjos.
§ Assentar-se-á como
Rei e Juiz, em glória e poder.
§ Todas nações
comparecerão perante Jesus.
§ Naturalmente,
conforme já notamos, a salvação do povo de Israel será uma prioridade máxima,
uma vez que esse país já terá retornado no plano divino. O evento do retorno do
Senhor resultará na volta do povo judeu ao Seu Deus, em tristeza e
arrependimento.
§ Nesse julgamento vai
se cumprir que o Senhor orou na oração do Pai Nosso (Mt 6.10) - “Venha a nós o
Teu Reino”.
§ Finalizando, a vinda
gloriosa de Cristo resultará no estabelecimento de um reino mundial de retidão,
chamado de milênio ou reino milenar (mil anos de justiça e paz sobre a terra).
Este governo de Cristo será mundial e ainda antes do Juízo Final.
Pr. Elias Ribas
Nenhum comentário:
Postar um comentário