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segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

A Redenção do Corpo: um esclarecimento sobre a concretização final da salvação


A grande esperança dos crentes é volta de Jesus para buscar o seu povo. Quando ele voltar, os mortos em Cristo ressuscitarão incorruptíveis e os vivos serão transformados (I Cor 15. 51, 52). Teremos um corpo semelhante ao corpo ressurreto de Cristo (I Cor 15. 49). De acordo com Fl 3. 21 ele transformará nosso corpo abatido para ser igual ao seu corpo de glória. Hoje estamos sujeitos ás enfermidades, ás fraquezas e ao envelhecimento. Mas quando Jesus voltar para nos buscar, nosso tabernáculo terrestre será revestido de imortalidade e não estaremos mais sujeitos ás fraquezas dessa peregrinação (II Cor 5. 1 – 5).

Esse glorioso evento escatológico é chamado de redenção do corpo. Paulo em Romanos 8. 23: “mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando à adoção, a saber, a redenção de nosso corpo”.  

A redenção do corpo se refere á ressurreição dos santos e a transformação dos vivos. Tantos os vivos como os ressuscitados na ocasião da volta de Cristo receberão a redenção do seu corpo. O seu corpo será transformado em um corpo espiritual, imortal, incorruptível e glorioso, semelhante ao corpo de Cristo ressuscitado. A alma habitará em um corpo novo, como seu veículo e instrumento, livre de todos os defeitos próprios da vida terrena.  Estamos redimidos, contudo ainda estamos presos ao um corpo que ainda será redimido, completando dessa forma a nossa integral remissão, que só se dará com a volta de Jesus Cristo.

A redenção do corpo é a salvação daquela parte humana que mais se assemelha e mais se aproxima do mundo natural, material e carnal. A redenção do corpo é a vitória final sobre a morte e sobre o pecado, quando o crente estará livre do pecar e consequentemente de perder a salvação. Se os salvos ressuscitassem no mesmo corpo corruptível, carnal e mortal, continuariam sujeitos a pecar. Por isso que todos serão transformados. Todos receberão um corpo espiritual, incorruptível, imortal e celestial. Um corpo não mais sujeito a servidão do pecado. Assim, a nossa redenção em Cristo se completará. Por isso que podemos dizer, que fomos salvos do navio que está se afundado em botes, mas ainda não estamos no porto. Só estaremos seguros quando chegarmos ao porto, na casa do Pai celestial.

Por isso que a redenção do corpo é uma esperança. Fomos redimidos por Cristo. Mas a redenção do corpo só se dará quando Jesus voltar para buscar o seu povo. Como anelamos esse dia, nós gememos em nós, esperando ansiosamente pela redenção final. Jesus nos salvará por completo. Seremos salvos de corpo, alma e espírito (I Tss 5. 23). Toda a personalidade humana será redimida.

A redenção do corpo também significa o final do sofrimento humano. O nosso corpo ainda está sujeito ás fraquezas, ao sofrimento e ás enfermidades. Mas quando ele for redimido ficará livre de todas essas coisas. Pois a obra que Cristo começou, será aperfeiçoada até ao dia Cristo.

Paulo descreve essa redenção em I Cor 15. 42 a 54, fazendo um paralelo com o nosso corpo atual. Ele se esforça para mostrar a enorme diferença entre o corpo atual e corpo transformado e espiritual. Teremos um corpo totalmente diferente. Na verdade ele será paradoxo ao presente. No entanto não será outro corpo, mas o mesmo corpo transformado, com identidade diferente.  

Corpo natural
Corpo glorificado
1.    Corrupção: aqui pode significa ruína, deterioração, destruição, depravação e dissolução. Fala da decadência moral e física. É um corpo que pode servir para instrumento do pecado e que mesmo com todos os cuidados envelhece e morre, resultando em sua putrefação.  
Incorrupção. Significa que receberemos um corpo livre do pecado, da decadência, dissolução, do envelhecimento e da morte. Seremos incorruptível.
2.    Ignomínia (Desonra). Isso fala de humilhação. Todo jovem, forte e vigoroso, se não morrer repentinamente, ficará fraco e dependente dos outros. O ser humano é degradante e por mais alto que ele chegue, um dia descerá á sepultura. Será rebaixado ao mundo dos mortos.
Gloria. Na ressurreição e na redenção do corpo dos salvos, receberemos um corpo glorificado e participaremos das glórias de Cristo. Não mais estaremos sujeito á humilhação da sepultura, não seremos menosprezados, mas eternamente honrados por Deus. 
3.    Fraqueza. Por mais forte que seja um homem ou uma mulher, se tornará débil e fraco. Uma febre é suficiente para eliminar as forças humanas.
Vigor (poder). Os santos serão ressuscitados por meio do mesmo poder que ressuscitou a Jesus Cristo. eles ressuscitarão com o vigor da vida eterna.
4.    Animal (natural). Isso fala de nossa vida natural, peregrina e passageira, tendenciosa ás coisas do mundo, a uma existência simplesmente física, animal, sem se dar conta do mundo moral e metafisico. 
Espiritual. Será um corpo de conformidade com a nossa existência espiritual na eternidade com Deus, que também é Espírito, semelhante ao corpo dos anjos, apropriado para habitação da alma e para operação do Espírito Santo.
5.    Terreno. O homem é feito do pó da terra. O seu corpo é pó. Sem muito valor.
Celestial. Cristo é transcendental, pré-existente e pós-existente. Ele como Deus se torna humano e na sua humanidade torna participante de natureza divina. Dessa forma, sendo Deus\homem e homem\Deus, glorificado voltará para buscar o seu povo, dando-nos um corpo celestial. Ou seja: um corpo apto para habitar nos céus, semelhante ao corpo de sua glória.
6.    Mortal. Essa é a presente condição humana. Estamos inexoravelmente destinados à decadência e por fim a morte.
Imortal. É vida sem fim. É ser participante da vida do próprio Deus.
7.    Um corpo com sangue. O sangue é o símbolo da nossa vida terrena. Para os antigos hebreus o sangue representa vida. Se coração parar de bombardear o sangue, simples a pessoa morre. Se sangue se derramado, a pessoa desfalece. Mas na eternidade nos céus a vida vem pelo próprio Deus.
Um corpo sem sangue. O corpo espiritual será sem sangue e sem carne. Nos sacrifícios do Antigo Testamento se exigiu o derramamento de sangue. Sem derramamento não pode haver remissão de pecados. Quando Jesus morreu, todo o seu sangue foi derramado. O seu corpo glorificado não tem sangue. Nos céus entraremos por meio do sangue de Jesus Cristo, mas sem sangue.



A redenção do corpo é uma obra tão gloriosa que é chamada teologicamente de glorificação dos santos. É a obra final da salvação em Cristo. É o clímax da obra da redenção. É a sublimidade dos salvos. Esse evento se dará na ocasião da volta de Cristo. Teremos uma eternidade de completa felicidade. Nosso corpo será redimido (Rm 8. 23) e transformado para ser igual ao  glorioso corpo ressurreto de Cristo (Fl 3. 21). Esse evento será tão glorioso que afetará toda a criação, renovando-a e redimensionando-a (Ap 21. 5)

Pastor Joventino Barros Santana 

sábado, 23 de dezembro de 2017

Será que temos priorizado o Reino de Deus?




Mas buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas (Mt 6. 33)

A prosperidade é uma doutrina amplamente presente na Bíblia. Quando falo de prosperidade não falo dessa falsa prosperidade pregada por parte de alguns pregadores da chamada “teologia da prosperidade”. Mas do que a Bíblia nos diz. Reconheço que prosperidade envolve todos os aspectos de nossa vida, inclusive o financeiro. No entanto, muitos dos nossos irmãos estão tão apegados aos bens materiais, ao dinheiro, ao consumismo, ao poder e ao status social, que nem mesmo secundariamente tem buscado o Reino de Deus.

Quantos não mais têm tempo nem mesmo para congregar aos domingos?

Os nossos cultos de doutrina e de ensinamento, se vacilarmos ficamos sós. Muitos nem da ceia reunida com os irmãos participam. Não queremos renunciar absolutamente nada. Fazemos o que nos é conveniente e o que dar e pronto. Deus parece que não é mais digno de prioridade e exclusividade. É como se Deus tivesse nos apelando, rogando e implorando para que fizesse alguma coisa que lhe agrade. Ele não implora. Ele exige que lhe obedeça e ponto final. Se você não obedecer prestará conta de sua desobediência. Os salvos são obedientes ao seu Senhor. O anônimo escritor aos Hebreus vaticina: “E, sendo ele (Jesus) consumado, veio ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem (Hb 5. 9).

Deus não é o nosso escravo e nem o nosso empregado que fica lhe implorando para você vim ao culto. Não! Jamais. Ele procura e lhe chama. Mas o seu chamado é em forma de uma ordem. Observe: “vinde a mim” (Mt 11. 28) É uma ordem. Você deve vir. E se você não vier e não obedecer, não alcançará a salvação. Foi próprio Jesus que disse: “nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7. 21). Quem não obedece tem como destino certo o inferno. Isso é duro. Mas é a verdade (Mt 7. 22, 23). Estamos acomodados em torno de nós mesmos. 

E quando alguma coisa ocupa o lugar que pertence exclusivamente ao Senhor nos tornamos idólatras. Hoje em dia, um número considerável de cristãos deixou o secularismo tomar o lugar de Deus.  Para Deus é “se der”. “Se der tempo”, “se tive dinheiro”, “se tudo for resolvido” “se meu cônjuge permitir”. Não mais condicionamos a nossa vida à vontade de Deus. Até que queremos fazer a vontade de Deus e alguma coisa no Reino de Deus, mas só se estiver condicionada aos nossos desejos e aos nossos a fazeres. Sem contar que para muitos Deus se tornou meramente um meio se alcançar os seus anelos, muitas vezes pecaminosos e inescrupulosos.

Claro que precisamos ter equilíbrio entre o que se espera de Deus na eternidade com a nossa transitoriedade. Todos nós sabemos que precisamos de comida, educação, sapato, roupa, lazer, transporte e dinheiro. O próprio Deus sabe que necessitamos de tudo isso. Jesus foi muito claro e objetivo ao questionar os seus interlocutores: “não andeis, pois, inquietos, dizendo: que comeremos ou que beberemos ou com que nos vestiremos? Decerto, vosso Pai Celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas” (Mt 6. 31, 32).

E tudo isso pode vim em abundância se primeiro buscarmos o seu Reino e sua Justiça. Quem nos garante é o próprio autor da vida, Jesus Cristo. Foi Ele que ensinou “mas buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6. 33). O primeiro lugar é exclusivamente de Deus!

Pastor Joventino Barros Santana