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terça-feira, 8 de janeiro de 2013


 Admirável excelência da união

Há um ditado popular que diz: “um povo unido jamais será vencido”. Este provérbio mostra o valor e a importância da união em uma comunidade. Revela que para alcançarmos os nossos objetivos é preciso união. Pois ela nos faz fortes e vitoriosos.
Jesus, sabendo disso, mostrou a fragilidade da ausência de comunhão ao afirmar que “todo reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá” (Mt 12. 25).
Ou seja, onde não há união, os projetos fracassam, não há sucesso, não há benção, não há alegria, não existe harmonia, não há vitória, e nem unção. No lugar dos projetos, há brigas e contendas. No lugar do sucesso, há decepções. No lugar da vitória, há derrota. As relações são indiferentes e travadas. As pessoas são infelizes, magoadas, rancorosas, emburradas e vingativas.  
Mas quando a união se faz presente, a vitória é certa, a alegria se manifesta, a unção flui, os projetos se concretizam, e o sucesso é inevitável.
Essas verdades são ratificadas, de modo poético, no Salmo 133. Este é um pequeno e grande famoso Salmo. Todas as vezes que se fala de união, unidade, amor fraternal e “koinonia”, a nossa memória nos leva imediatamente ao cântico de salmo 133.
Oh, quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. É como óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce sobre á orla de suas vestes. Como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o Senhor ordena a benção e a vida para sempre (Sl 133)
Curiosamente este salmo era o cântico preferido dos peregrinos nas grandes festas judaicas em Jerusalém. Eles entravam pelas portas de Jerusalém contando: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união”. Eles queriam dizer que também faziam parte da família de Deus. Que eram descendentes de Abraão, o pai da fé. Que eram irmãos, iguais, com os mesmos direitos.
Hoje, em dia, nossas igrejas não mais estão excluindo irmãos do rol de membro. No entanto, também, não temos mais a preocupação de integrar as pessoas na igreja.  Não estamos nem ai para quem se converte ao evangelho ou para aqueles que se ausentam dos nossos cultos. Estamos vivendo a maldita cultura do “Deus por todos e cada um por si mesmo”.
Mas o Salmo 133, paradoxalmente, nos mostra a admirável excelência da união.
Primeiramente, a união é excelente porque é boa e deixa o nosso viver diário suave, leve e agradável. Simplesmente, porque o amor entre os irmãos tem sua origem no próprio Deus.  O Deus trino é o supremo modelo de unidade. Por isso que quando Jesus fez a linda oração sacerdotal em João 17, ele intercedeu pelos discípulos e por todos que haveriam de crer nele, para que fossem um, assim como ele e Pai é um. Ele intercedeu para que seu povo, embora formado por diferentes pessoas, fosse perfeito em unidade. Jesus não pede pela nossa perfeição pessoal, mas pela nossa perfeição coletiva. A sua oração é que sejamos perfeitos em união. Confira o texto abaixo:
Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim; para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim e que tens amado a eles como tens amado a mim (Jô 17.20 -23).
Portanto, a união entre o povo de Deus, não é uma questão de opção, ou de interesses pessoais e temporais. Não. A unidade do povo de Deus é uma questão de existência e de vida. Sem unidade, jamais se pode ser membro do corpo vivo de Cristo, que é a igreja de Deus. Pois a igreja, assim como um corpo, é formada de membros, que estão ligados uns aos outros.
A união é excelente, também, porque confere unção. O salmista afirma que é como óleo precioso sobre a cabeça, que desce a barba de Arão, que desce para orla de seus vestidos.
O óleo usado pelos antigos judeus era geralmente dos frutos da oliveira. Os frutos eram tirados sacudindo ou batendo com vara na árvore. Depois, para extrair o óleo das azeitonas, pisavam nos frutos ou prensavam com pedras. Se você é ungido ou deseja receber unção se prepara para ser sacudido a até apanhar. Prepara-se para ser pisado e possivelmente prensado com pedras. Quem tem medo de ser perseguido, não queira unção. Porque com certeza se você tiver azeite em tua vida, vão te sacudir, vão te bater, vão criticar você, vão tentar pisar em você, e não surpreenda, se em algum momento, conseguir te humilhar, te abater, de deixar para baixo. Mas eu tenho algo a te dizer: mil cairão ao teu lado, dez mil a tua direta, mas tu não serás vencido. Quando acharem que estão te matando, Deus já preparou algo melhor para você. Pois Ele é especialista em exaltar e honrar os que são humilhados.   Aleluia!
Porque óleo precioso? Porque o óleo usado para ungir os sacerdotes não era óleo comum. Era um óleo perfumado com caros perfumes. Não fomos ungidos com qualquer espírito. Fomos ungidos com o bendito consolador, com Espírito Santo, vindo diretamente do trono de Deus. Quem tem essa unção tem um perfume agradável, tem o cheiro de Cristo em suas vidas. Porque o Espírito que nos ungiu é o Espírito de Cristo, é o mesmo Espírito que estava sobre Jesus, guiando sua vida aqui na terra.
Outra coisa interessante, ainda ligada à relação unidade e unção, é que a unção do Espírito Santo em nossas vidas é completa, plena. Envolve a cabeça, troco e pés. Ela está sobre nossas cabeças, desce pelos nossos rostos até a orla de nossos vestidos.  A unção de Deus não é incompleta. Não existe meio ungido. Ou você é ungido ou não tem unção. Ou vive é união ou está fora do corpo de Cristo.
Por fim, essa união tem um centro. Arão era a pessoa central do culto dos judeus. Todos deveriam estar em torno dele. Cristo é o nosso grande sumo sacerdote. A igreja não deve está unida em torno do nome de um pastor, ela deve está unida em torno do supremo nome de Jesus Cristo. Ele é tudo em nossa vida. Toda glória é dele e ponto final. Agora, a igreja deve está unida com o seu pastor, olhando para Cristo.
Em terceiro lugar, a união é admirável e excelente porque fertiliza. O salmo 133 ainda compara a união do povo de Deus como orvalho do monte Hermom, que desce sobre os montes de Sião, fertilizando a terra.
Hoje em dias as pessoas costumam comprar fertilizante, para fazer a semente geminar e produzir com mais abundância. O fertilizante de Deus para a sua igreja, que, para o apóstolo Paulo, é lavoura de Deus, pode muito bem ser denominado de fertilizante união.
Esse fertilizante é tão bom, que é comparado como o orvalho do monte Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Hermom é uma montanha sagrada, formada por três picos, com 2. 900 metros de altitude, 32 kms de comprimento. É a montanha mais alta da Palestina. Coberta de neve o ano todo. No verão, a neve derrete, descendo sobre os montes, formando o manancial do famoso Rio Jordão, fertilizando a terra. Em cima, no monte, não se produz quase nada. Mas em baixo, quase tudo que se planta dá. Aí, aprende-se que a união não nos deixa estéril. Ela nos faz fértil e frutífero na obra de Deus. Aliás, Deus nos escolheu com esse fim. Deus nos escolheu para frutificar. Por isso que Jesus disse: “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vais e deis fruto, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda” (Jo 15. 16).  
Agora, qual a gênese dessa união?
 Qual a sua verdadeira origem?
 De onde ela vem?
 Dos programas sociais da igreja? Não.
Das festas? Não.
Do pastor? Não.
Essa união vem de cima. Observa que o verbo desce, é repetido por três vezes. Isso mostra que a verdadeira unidade, vem de cima, vem de Deus para as nossas vidas.   
Chegando a última frase do Salmo: “ali ordena o Senhor a sua benção e há vida para sempre”, cabe interrogar: Qual o resultado final dessa união que é boa e agradável, que é como óleo precioso, que é como o orvalho dos montes de Hermom? O resultado final é muita benção e vida perene, vida longa e abundante.

Pr. Joventino Barros Santana

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